A
exemplo da lei 12.485/2011 que visa
a ampliação da produção audiovisual brasileira, a lei Sergio Prado visa recuperar a agonizante literatura brasileira. A
lei regulamenta que, exceto os estabelecimentos que trabalham exclusivamente
com livros didáticos, todas as livrarias e pontos de venda de livros voltados a
variados segmentos literários, tenham no mínimo 10% de seus estoques compostos de livros produzidos por pequenas
editoras (com no máximo 10 funcionários),
além de uma prateleira em local de destaque (ao lado dos mais vendidos), contendo
apenas livros editados pelas pequenas.
Estas
duas medidas fariam com que as pequenas editoras, que são as que efetivamente
trabalham com a literatura nacional, possam se manter ativas, renovando e
revelando um número cada vez maior de novos talentos através de obras inéditas.
Quase
todas as grandes editoras brasileiras contam com capital estrangeiro, por
pertencerem total ou parcialmente às editoras internacionais que não demonstram
nenhum interesse em autores brasileiros, a menos que estes sejam pessoas
públicas: atletas, atores, participantes de realities shows, e também alguns
poucos escritores consagrados em outras épocas, antes da instalação do sistema
adotado pelas grandes editoras, que hoje investem milhões para manterem seus
livros em destaque nas redes de livrarias, assim mantendo os novos autores
nacionais fora do mercado.
Os
autores brasileiros iniciantes, mesmo que muito qualificados, não são aceitos
pelas grandes editoras, quase sempre sequer são avaliados. Quando algum decide
lançar seu livro, seja sob demanda (pagando), ou bancado por uma pequena
editora, este não tem seus livros distribuídos, pois as grandes ocupam todo o
espaço físico e mão de obra das distribuidoras. Tampouco os pequenos autores
terão seus livros nas prateleiras das redes de livrarias, para apreciação dos
leitores que, na maioria esmagadora, influenciados pelo financiado bombardeio
midiático, desconhecem o trabalho destes novos autores brasileiros. Assim,
nossos autores ficam à margem do mercado literário, para dar lugar a uma série
de best-sellers de qualidade duvidosa, muito aquém da literatura desenvolvida
no país de Machado de Assis e Guimarães Rosa, entre outros vários mestres.
O
sistema vigente instalado no mercado literário brasileiro, além de afetar
diretamente os novos autores brasileiros, prejudica também as pequenas editoras,
o leitor e causa uma verdadeira evasão de divisas, visto que muito do capital
gerado pelos best-sellers estrangeiros também é encaminhado ao exterior.
Propomos,
pelos vários motivos já citados anteriormente, principalmente pelo bem de nossa
literatura, que assinem a petição; esta, conseguindo alcançar seu objetivo,
fará uma profunda transformação cultural em nosso país.
Assine a petição no site: http://www.avaaz.org/po/petition/Obrigatoriedade_de_manter_um_percentual_de_livros_de_editoras_e_autores_independentes_brasileiros_nas_livrarias/?cAnLkeb
Sergio
Prado, autor do livro Para Você Viver Mais, conheceu todas as dificuldades de
ser um autor independente ao lançar seu primeiro livro.
Como editor, conheceu a fundo o sistema que não
permite a inclusão de obras de novos autores brasileiros. Então resolveu lutar
contra este maléfico sistema que vem desprezando e minguando a bastante
achatada literatura nacional, que a continuar assim, em breve será pulverizada
de vez.